Processos por direito a remédios crescem 25% em 1 ano na Bahia

De acordo com dados do Tribunal de Justiça do estado (TJ), até o mês de maio, 1.237 pessoas entraram com ações para ter acesso a medicamentos que não são oferecidos pelo SUS ou não têm a cobertura dos planos de saúde. São 247,4 por mês. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 985 processos, o número representa um crescimento de 25,85%. O aumento chega a 85% se compararmos com o mesmo período de 2020, quando houve 666 ações judiciais do tipo na Bahia. 

A dona de casa Lucimeire dos Santos, 42 anos, descreve como desesperadora a atual situação do filho Gabriel dos Santos, 5, que tem microcefalia e precisa de um remédio com cannabidiol. Como a substância não é regulada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a mãe entrou na Justiça para garantir o direito ao tratamento. “Sem o remédio, é um desespero. Ele chega a ter 30 convulsões por dia e vive internado à base de Diazepam na veia”, fala. Casos assim têm sido cada vez mais comuns na Bahia. 

O remédio de alto custo é a razão da ação de Lucimeire, já que um frasco custa cerca de R$ 1 mil e, em um mês, Gabriel consome 30 frascos em via oral. O pequeno conseguiu acesso ao medicamento de forma gratuita por seis meses, mas teve o fornecimento interrompido. “Eu entrei na Justiça para fazer com que eles voltem a mandar. Meu filho tem outra qualidade de vida com o remédio, sai de 30 para 8 convulsões no dia e são bem mais leves. Não parou no hospital nesse tempo”, diz. Antes do cannabidiol, Gabriel passou por diversos remédios que não têm mais efeito. 

Fonte-Trechos: *Correio

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