Doação de órgãos é barrada por 64,5% das famílias da Bahia

Edy Aragão teve transplante realizado após três anos de hemodiálise: “Foi uma virada de chave na minha vida – Foto: Denisse Salazar 

Mesmo com o potencial de salvar vidas, um total de 64,5% das famílias questionadas na Bahia se recusou a autorizar a doação de órgãos de entes falecidos em 2024. Com esse contingente de órgãos e tecidos seria possível salvar ou beneficiar 3.500 pessoas, conforme estimativa da Coordenação Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Hoje no estado a lista de espera por um transplante é composta pela necessidade dos seguintes órgãos: rim (2.122, sendo 18 pediátricos), córneas (1.735, que incluem 93 pediátricos), fígado (47, apenas um desses pediátrico) e coração (apenas um). Por meio das 1.030 famílias da Bahia, que permitiram a doação de órgãos de seus entes falecidos no ano passado, foi alcançado o número de 2.230 órgãos e tecidos – um mesmo ente falecido pode doar mais de um órgão -, que chegaram a diversas pessoas, em situações como a de Larissa, que fez seu transplante em 2021.

Desde os 17 anos, Edy convivia com sintomas como dores e pressão alta, até descobrir, em 2018, após sentir dores na perna enquanto patinava, que tinha doença renal crônica em estágio final. Após três anos e meio de tratamento de hemodiálise, o instrutor de patinação teve seu transplante realizado.

“Foi uma virada de chave na minha vida, porque tudo mudou. Minha disposição, meu ânimo, então eu voltei a estudar, voltei a trabalhar, voltei a praticar atividade física, que eu amo, que é a patinação. Sou muito grato aos familiares que autorizaram essa doação, que entenderam o quão importante é, apesar do sofrimento de perder um ente querido, ter essa empatia, porque a pessoa está dando chance de outras pessoas viverem através dos órgãos que foram doados”, comenta o instrutor de patinação.

O processo de doação

O processo de doação de órgãos começa após a confirmação da morte do indivíduo, quando equipes treinadas acolhem os familiares e, mediante autorização, iniciam o processo de doação. A doação pode ser realizada em qualquer município do estado, que contenha a estrutura adequada e os transplantes podem ser realizados em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ribeira do Pombal, Itabuna e Juazeiro, conforme nota da Coordenação Estadual de Transplantes da Bahia.

O processo de doação de órgãos é feito pelo Sistema Único de Saúde, ou seja, é gratuito e a doação não deforma o corpo do doador. Em nota, a Coordenação Estadual de Transplantes da Bahia explica que “após a cirurgia de extração os profissionais responsáveis têm o dever ético e moral de proceder com a recomposição do corpo devolvendo à família o morto condignamente para que proceda o sepultamento”.

Fonte – trechos: A Tarde

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