Diagnósticos de câncer de mama crescem mais de 60% em cinco anos
Nos últimos cinco anos, segundo dados do DataSUS [Ministério da Saúde], a identificação de tumores mamários malignos cresceu 62% na Bahia. O dado foi divulgado como forma de conscientização sobre a doença no mês dedicado à prevenção ao câncer de Mama, dentro da campanha anual do Outubro Rosa.
Conforme o DataSUS, em 2021 foram 3.919 exames de mama com diagnóstico positivo para tumores malignos no estado, contra 2.419 em 2017.
A engenheira de produção Greice Campos, 32 anos, faz acompanhamento com ginecologista e mastologista desde os 13, quando sua mãe recebeu confirmação de que estava com câncer de mama. Quase duas décadas depois, no início deste ano, Greice teve o mesmo diagnóstico. O positivo dela foi um dos 4.591 exames com o mesmo resultado somente este ano e representa um crescimento de 17% em relação ao total de casos confirmados em 2021.
Com supervisão médica constante, Greice Campos iniciou seu tratamento logo que descobriu o câncer. A engenheira já passou por cirurgia de mastectomia, fez 16 sessões de quimioterapia e 15 de radioterapia. O tratamento foi concluído em 2 de setembro e, desde lá, ela está sem sinais da doença.
Segundo os especialistas, quanto mais cedo o câncer for detectado e tratado, maiores são as chances do paciente. A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) aponta que se a pessoa for diagnosticada precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%.
Coordenador da Mastologia na Clínica de Assistência Multidisciplinar em Oncologia (AMO) e ex-presidente da Sociedade Mundial de Mastologia, o médico mastologista Ezio Novais explica que o crescimento no número de diagnósticos de câncer de mama é resultado das campanhas como o Outubro Rosa. “Muita gente morria à míngua no interior sem saber que doença tinha. Hoje, as estatísticas são mais fiéis. Se fosse há 30 anos uma parte dos números estaria escondida”.
Perfil
Dos dados do DataSUS referentes a 2022, a maioria das ocorrências aconteceu em mulheres de 45 a 49 anos (838 – 18%), seguido pelas faixas: 40 a 44 anos (816 – 17%); 50 a 54 anos (604 – 13%); 35 a 39 anos (512 – 11%); e 55 a 59 anos (343 – 7%).
Apesar da incidência maior no público de 40-65 anos, médicos afirmam que não há explicação científica para o fenômeno e a situação não impede que aconteça com mulheres jovens ou acima dos 65 anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que é mito pensar que a hereditariedade é o principal fator de risco em casos de câncer de mama, sendo que de 5% a 10% dos casos têm influência genética. A maioria das ocorrências de câncer de mama é dos chamados tumores esporádicos, que acontecem ao acaso.
Fonte: *Correio