Safra de grãos na Bahia deve alcançar novo recorde em 2021

A produção de cereais, oleaginosas e leguminosas, ou simplesmente grãos, continua atingindo bons resultados na Bahia. Para este ano, a expectativa é de quebra do recorde de 10.063.245 toneladas alcançado em 2020: a sétima edição do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10) mostra que a safra baiana de grãos deve ter um incremento de 4,8% em comparação ao ano passado, com uma estimativa de 10.542.882 toneladas.Quando comparados os meses de junho e julho deste ano, também houve crescimento; no fim do primeiro semestre, a estimativa de produtividade era 10.474.922 toneladas (+0,6%). Segundo o IBGE, a produção baiana foi impulsionada pela revisão da colheita de algodão herbáceo, que teve um aumento de 2,9% e uma colheita de 1,268 milhão de toneladas. A análise da produtividade é feita mensalmente pelo instituto e investiga 26 produtos; destes, 15 terão alta nas colheitas em solo baiano. Na lista de grãos, estão: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.
Os cultivos com maior chance de crescimento são soja (+764.000 toneladas ou +12,6%), cana-de-açúcar (+300.000 toneladas ou +5,8%) e milho 1ª safra (+99.800 toneladas ou +5,5%). A soja lidera as colheitas na Bahia, com uma safra de 6,83 milhões de toneladas; também é do Estado a maior produtividade média brasileira, com rendimento de 4 toneladas por hectare. Em seguida, aparecem a cana-de-açúcar (5,45 milhões), a primeira safra de milho (1,9 milhões), o algodão herbáceo (1,26 milhões) e a banana (878 mil).
 A produtividade do milho, que representa 66% dos grãos produzidos em solo baiano e tem a região Oeste como maior expoente da plantação, foi prejudicada por conta das condições climáticas adversas enfrentadas neste ano em todo o país, sobretudo com o período de seca que também atingiu o Nordeste. “O milho é plantado depois da soja e, como a soja atrasou, a janela de plantio do milho ficou menor. Já tendo sido plantada fora da época ideal e ainda tendo chovido menos do que o esperado no período do cultivo, a safra de milho foi bastante afetada pelos fatores climáticos”, analisou Carlos Barradas, responsável pelo levantamento.
O incremento na produtividade do milho em 2021 na Bahia foi de 5,5% em relação ao ano passado, quando a safra foi de 1,82 milhão de toneladas e se manteve inalterada entre os meses de junho e julho.
As maiores quedas registradas nas colheitas baianas foram na segunda safra de feijão (-35%), café arábica (-23,7%) e na segunda safra de milho (-22,5%). O Estado ocupa a sétima colocação em participação na produção brasileira. A liderança é do Mato Grosso, seguida do Rio Grande do Sul e Paraná.
Mesmo sem crescimento na colheita de arroz e com o decréscimo na safra do feijão, o baiano ainda não terá problemas para consumir o prato mais popular em todo o país se os números se mantiverem dentro do esperado, já que no ano passado o alimento básico ficou quase por preço de ouro. “Essa produção será suficiente para abastecer o mercado brasileiro, possibilitando maior equilíbrio nos preços do cereal, que alcançou patamares históricos em 2020, em razão do aumento do consumo interno e das exportações devido ao estímulo cambial”, ressaltou Barradas, afastando a necessidade de importações e de um novo aumento nos preços.
Por Lily Menezes
Fonte: Tribuna

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