Estrela deve explodir neste ano, e fenômeno raro poderá ser visto a olho nu; saiba como
Descubra, abaixo, tudo o que você precisa saber sobre o evento: o que é, quando vai aparecer e onde vê-lo.
Segundo a Nasa, o T CrB costuma ter magnitude +10, o que significa, de acordo com a escala usada pelos astrônomos para definir o brilho das estrelas, que ele é muito escuro para ser visto a olho nu. Durante o evento, porém, ele saltará para magnitude +2 e terá um brilho semelhante ao da Polaris, conhecida como Estrela do Norte. Para os observadores de estrelas da Terra, o evento astronômico será, conforme o astrofísico Bradley Schaefer, “um cataclismo divertido e emocionante”.
O que é uma nova?
O T CrB é um sistema binário, composto por uma estrela gigante vermelha e uma anã branca. Com o aumento de temperatura e pressão, a gigante passa a se tornar instável e a ejetar suas camadas externas. A anã, por sua vez, coleta essa matéria em sua superfície. A atmosfera rasa e densa desta última eventualmente aquece o suficiente para causar uma reação termonuclear descontrolada — o que produz o fenômeno que vemos da Terra, chamado de “nova”.
— Essas novas são basicamente bombas de hidrogênio — disse Schaefer.
Mas não confunda uma nova com sua irmã mais violenta, a supernova, fenômeno muito mais raro e que destrói permanentemente uma estrela. Depois que as brasas de uma nova se apagam, o ciclo recomeça, com a anã branca novamente se enchendo em direção a outra explosão. No caso da supernova, as explosões marcam o fim da vida de estrelas muito maiores que o Sol e deixam para trás enormes nuvens de detritos.
O que é T CrB e quando ela vai explodir?
T CrB é uma nova que resulta quando uma anã branca arranca camadas externas suficientes de uma estrela gigante vermelha. A nova explodiu pela última vez em 1946. Os astrônomos também a observaram entrando em erupção em 1866, e relatos históricos mostram que ela foi avistada em 1787 e 1217. Observações anteriores também mostraram que a nova brilha e se agita de maneira errática nos anos que antecedem uma erupção, e parece que desta vez não é diferente: sua atividade ao longo da última década sugere que ela está se preparando para uma explosão iminente, que ocorrerá a qualquer momento entre agora e setembro.
Onde poderei ver o fenômeno?
Para observar a nova, é preciso procurar a constelação Corona Borealis, a Coroa do Norte. A explosão aparecerá nesta direção, e ficará visível como uma estrela nova e brilhante. A Corona Borealis é cercada pelas constelações Hércules e Bootes. Bill Cooke, líder do Escritório de Ambientes e Meteoroides no Centro de Voos Espaciais George C. Marshall da Nasa, ressaltou que esta é “uma ocorrência única na vida”.
Fonte: O Globo