Parkinson pode afetar pessoas jovens com predisposição genética

Segunda patologia neurodegenerativa de maior incidência na população, ficando atrás apenas do Alzheimer, a doença de Parkinson é mais comum em idosos, mas também pode acometer pessoas na faixa dos 40 anos. A ocorrência em pacientes acima dos 65 anos oscila entre 2% e 3%, diz a médica neurologista Daniele Amorim, especialista no tema. Nos mais jovens, ainda não há estatísticas precisas. Mas, o que médicos, gerontólogos e cientistas concordam é que, independentemente da faixa etária, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Assim como, manter vida social ativa e exercícios físicos é fundamental para complementar o tratamento feito à base de medicamentos.

Doenças neurodegenerativas são aquelas que provocam a morte dos neurônios e a perda de funções neurológicas. O Parkinson, explica a neurologista Daniele Amorim, da equipe do Hospital Mater Dei Salvador, afeta as células nervosas que ficam situadas na área do cérebro chamada de substância negra, que produz a dopamina, um neurotransmissor responsável pela fluidez dos movimentos. “A base do tratamento é a reposição da dopamina ausente ou daquela já presente, mas insuficiente, através de medicamentos”, acrescenta a especialista em Parkinson.

Os medicamentos, diz a neurologista, controlam os sintomas, como os tremores e a rigidez muscular. Mas, a doença é de progressão gradativa e ainda não existe uma cura. Aliar os remédios com atendimento multidisciplinar, como fisioterapia, fonoaudiologia, psicoterapia e nutricionista, entre outros, ajuda a garantir a qualidade de vida do paciente.

“Atividades físicas aeróbicas, fisioterapia e outras atividades ajudam na qualidade de vida porque o Parkinson não se caracteriza só pelos sintomas motores [tremores, rigidez, etc], mas também por alterações de humor, ansiedade, depressão, afeta a absorção de nutrientes. Por isso é preciso um trabalho multidisciplinar”, acrescenta Daniele Amorim.

Pacientes mais jovens

O Parkinson pode ter causas genéticas, segundo estudos já revelaram. E, no caso dos pacientes que apresentam a doença precocemente, geralmente a propensão é maior se já existe registro na família.

A progressão, no entanto, tende a ser mais lenta e, geralmente, os acometidos não têm outras comorbidades associadas e que se apresentam em pessoas de idade mais avançada. Em casos mais raros, o paciente jovem pode apresentar também sintomas de problemas cognitivos, como demência e perda de memória.

Fonte-trechos: A Tarde

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