Doce cenário: Bahia tem potencial para liderar produção de mel

A produção de mel em terras baianas, que garante a sobrevivência de mais de 20 mil apicultores da agricultura familiar, vem batendo recordes e chegou a cinco mil toneladas por ano. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia é o quarto maior estado produtor de mel do Brasil e o que tem o maior crescimento em números absolutos. Por ano, são gerados R$ 64,8 milhões para os meliponicultores e apicultores baianos, com predominância da agricultura familiar.
“No início, produzíamos 60 toneladas de mel fracionado por ano. Hoje, a cooperativa produz 700 toneladas por ano, sendo que 90% é exportado para a América do Norte e 10% é envasado no entreposto de Ibotirama para comercialização no estado”, contou. Farias (diretor-presidente da Cooperativa Agropecuária dos Agricultores e Apicultores do Médio São Francisco (Coopamesf).
O apicultor explica que as abelhas com que eles trabalham na região são a apis africanizada, com ferrão, e a melipônia, que é sem ferrão e pode ser criada dentro de casa. ”Depois que você faz a captura das abelhas na natureza, uma única colmeia pode chegar a ter 80 mil abelhas operárias. Daí é só ir dividindo o enxame para ir multiplicando”, ensina.
Há mais de 13 espécies de flores no bioma, todas diferentes uma das outras, o que ocasiona o mel de florada silvestre, que pode conter mel do cipó uva, ingá uçu, cipó de fogo, murici, dentre outras. “O mel baiano tem características de sabor e coloração diferenciadas porque a vegetação da caatinga é bastante rica, e tem também a mistura com o mel de eucalipto”, explica a coordenadora de Negócios do Sebrae, Adriana Moura.
De acordo com a Associação Brasileira de Florestas (Abaf), o setor florestal investe mais de R$ 26 milhões por ano em projetos socioambientais, como a apicultura e o empreendedorismo, beneficiando mais de 600 mil pessoas em 211 municípios, e 28 associações que detém mais de dez mil colmeias espalhadas em 22 cidades. Esses apicultores apoiados produzem, em média, 300 mil quilos de mel por ano, o que gera uma renda anual em torno de R$ 2 milhões.
Fonte-Trechos: A tarde