HISTÓRIA…. Entenda a cronologia da guerra contra o Arraial de Belo Monte, em Canudos

A Igreja de Santo Antônio foi uma das construções bombardeadas pelo Exército Crédito: Flavio de Barros/ Acervo Museu da República/Ibram/MinC

A história da gruerra contra o Arraial de Belo Monte, em Canudos, começou muito antes da expedição militar liderada pelo coronel Moreira César, em 1897.

Patrocinada pelo governo federal e com mais de 1,3 mil soldados, a incursão tinha o objetivo de acabar com o movimento messiânico liderado por Antônio Conselheiro. Naquela altura, Canudos já tinha mais 5,2 mil casas e reunia cerac de 30 mil sertanejos que buscavam uma vida melhor.

Entenda a cronologia de Canudos até a última batalha

13 de março de 1830

Nasce Antônio Vicente Mendes Maciel, no Ceará. Nos anos seguintes, ele trabalharia como professor, caixeiro e escrivão de um juiz. Depois de ser abandonado pela esposa, nos anos 1860, se torna um peregrino. Costumava fazer pregações e prestar penitências, sempre acompanhado de um grupo que o seguia em suas caminhadas pelo sertão.

1870-1875

Neste período, Antônio Maciel passa a ser conhecido como Antônio Conselheiro, principalmente pelos seus sermões, que ficaram conhecidos como ‘conselhos’. Enquanto peregrinava por estados como Sergipe e Bahia, seu grupo de seguidores só aumentava.

1893

Após anos de peregrinação, Conselheiro e seus seguidores fundaram uma comunidade no povoado de Canudos, às margens do rio Vaza-Barris. Desde o início, o Arraial de Belo Monte contava com milhares de residentes. Lá, passaram a viver com uma lógica de subsistência em que não existia mais propriedade de terras e tudo que era produzido era comunitário. A comunidade se torna autossuficiente, autônoma e independente, o que logo passaria a incomodar proprietários de terras, padres locais e o próprio Estado. Para os cerca de 30 mil sertanejos que foram viver lá ao longo dos anos, Belo Monte representava uma alternativa de vida longe da seca, da fome e de outras privações.

Novembro de 1896

Ocorre a primeira expedição militar contra Canudos, formada por recrutas das forças da Bahia. Depois de uma emboscada dos conselheiristas em Uauá, as tropas são obrigadas a desistir.

Janeiro de 1897

O Estado da Bahia promove a segunda expedição militar, com 609 soldados e 10 oficiais. Eles lutam contra os conselheiristas por dois dias, até se retirarem por não terem condições de avançar na serra do Cambaio.

4 de março de 1897

Com 1,3 mil soldados e sob o comando do coronel Antônio Moreira César, acontece a terceira expedição contra Canudos, agora patrocinada pelo governo federal. Mais uma vez, os militares fracassam. Moreira César é morto.

Junho a outubro de 1897

Acontece a quarta expedição contra Canudos. Antônio Conselheiro, atingido por estilhaços em 6 de setembro, morre no dia 22 do mesmo mês. Em 5 de outubro, os militares incendeiam as 5,2 mil casas e explodem duas igrejas. No dia seguinte, Conselheiro é degolado e sua cabeça é enviada a Salvador.

2 de dezembro de 1902

Euclides da Cunha publica o livro Os Sertões, em que narra o que os acontecimentos da Guerra de Canudos.

Fonte: #Correio

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