Velho Chico, a morte matada que nunca pára de seguir em frente

O Rio São Francisco, ou Velho Chico, como os ribeirinhos chamam, completou 520 anos desde que foi avistado e batizado pelos colonizadores europeus, na história do presente vive uma trajetória de mão e contramão.

É festejado por poetas, ribeirinhos e mais quem o conhece, tão belo e multiprestativo é, mas recebe uma contrapartida assassina, uma morte inevitável, não tão lenta assim.

Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) – que abrange uma área de 641 mil quilômetros quadrados da nascente, em Minas Gerais, a desembocadura, entre Sergipe e Alagoas, passando diretamente por 505 municípios –, entre 2019 e 2020 só entre a nascente, na Serra da Canastra, em Minas, e a foz foram desmatados 2.037 hectares.

Sem dó — O Velho Chico tem também cinco usinas hidrelétricas, mas em Minas, onde ele nasce, a indústria do carvão torra a mata. Agregue-se a isso a retirada de água para a transposição e outros projetos de irrigação e o Canal do Sertão, sem falar nos esgotos que recebe nas cidades; simplesmente a morte é questão de tempo.

Dias D’Ávila, mau exemplo

E por falar em mau uso de água, Dias D’Ávila, que divide com Camaçari a área do Polo Petroquímico, antes de tornar-se núcleo industrial era um balneário bastante festejado pela elite social e política da Bahia.

Uma ressalva: a água mineral é retirada lá das profundezas, mas tristemente as águas da superfície, as do antigo balneário, viraram um esgotão. Os moradores mais antigos lá se dizem indignados com isso.

Trecos Fonte: A tarde

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